sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Conhecimento: de imediato, agora

É cediço que, na sociedade atual, exista uma valorização exacerbada sobre o imediato. Tudo ocorre em um ambiente de dinamismo insalubre, no qual nossas mentes e corações muitas vezes se perdem tentando apreender tantas novidades, informações e conhecimento. As coisas já não têm sentido, pois nos falta a oportunidade de buscá-lo ou pensá-lo. De fato, o nosso senso crítico é soterrado em meio a tanta confusão, em um ritmo tão frenético. Não há momentos de pausa, não há tempo para refletir. Quase não há chance de refletir. Como bem disse Carlos Drummond de Andrade no poema intitulado Ao Deus Kom Unik Assão,

"O meio é a mensagem
O meio é a massagem
O meio é a mixagem
O meio é a micagem
A mensagem é o Meio.
O Meio é o ser
Em lugar dos seres, isento de lugar
Dispensando meios
de fluorescer.

Salve, Meio. Salve, Melo.
A massa vos saúda
Em forma de passa."

E também:

"Eis-me prostado a vossos peses
que sendo tantos todo plural é pouco.
Deglutindo gratamente vossas fezes
vai se tornando são quem era louco.
Nem precisa cabeça pois a boca
nasce diretamente do pescoço
e em vosso esplendor de auriquilate
faz sol o que era osso."

E ainda:

"Nossa goela sempre sempre sempre escãocarada
engole elefantes
engole catástrofes
tão naturalmente como se.
E PEDE MAIS."

Parafraseando Saramago, não é só porque as coisas são novas ou porque elas são modernas que elas são, necessariamente, as melhores. Pelo contrário. Penso que assim seja também com o conhecimento e com as tecnologias de informação e, por isso, é importante refletimos e formularmos perguntas acerca da nossa atual relação com o conhecimento. É importante questionarmos para termos a liberdade de reinventar algo melhor, e não apenas consumirmos qualquer coisa que surja na nossa frente. Fica então a pergunta:

(OBSERVAÇÃO: sugiro não responder separadamente a cada uma, apenas refletir sobre elas e dar uma resposta geral)

O que você acha sobre a nossa relação com o conhecimento? Ela é unilateral? Ela é democrática? Em que sentido a valorização do imediato contribúi para a anulação do nosso senso critico em relação ao conhecimento? Qual seria a importância deste senso crítico no presente momento de nossa sociedade? Você crê que neste momento todas as coisas que existem e as que estão por fazer são as únicas e as melhores possíveis? Tente justificar as respostas.

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