terça-feira, 26 de agosto de 2008

Muitos títulos, poucas vendas. Mas a Cauda é Longa!

Muito antes dos computadores se tornarem ferramentas indispensáveis para a realização profissional do ser humano, observava-se um comportamento muito interessante em vários nichos de mercado. No mercado financeiro de empréstimos por exemplo, ao invés dos bancos emprestarem apenas grandes quantidades de dinheiro a uma pequena parte de seus clientes, passou-se a garantir também o empréstimo de quantidades relativamente pequenas aos clientes não antes favorecidos.

Temos então um fenômeno que apesar de antigo, é bastante recorrente no mundo da Web 2.0 e é comumente conhecido por "Cauda Longa". De forma simples, a "Cauda Longa" ocorre quando um indivíduo fornece uma quantidade relativamente ínfima de um material, a um grande número de pessoas. Um exemplo típico da ocorrência desse fato é o próprio comércio eletrônico na forma de galpões ou leilões virtuais e também as estações de rádio. Nesses casos, as vendas - para o comércio eletrônico - quando analisadas isoladamente (como por exemplo, de um determinado ítem) não se percebe grande volume. No entanto, um relatório mais completo das vendas, incluíndo as quantidades vendidas de uma determinada categoria de ítens, é capaz de trazer uma imensa quantidade de dados.

Formalmente, no meio empresarial, tem-se como regra que cerca de 20% dos produtos tornam-se responsáveis por mais de 80% dos lucros. Com a possibilidade de comercializar no mundo virtual, a regra perde um pouco seu sentido. O custo de se expor um produto na internet é o mesmo para expor qualquer outro produto. Não existe consume de espaço físico, como o que ocorre nas grandes lojas comerciais comuns. Essa semelhança de custeio, faz com que o estabelecimento sempre tenha o que seu cliente procurar, independente da popularidade ou quantidade de ítens que o mesmo tenha em estoque. Prioriza-se portanto a quantidade ao invés da qualidade.

Para quem quiser se aprofundar no assunto e entender um pouco mais sobre a Cauda Longa, recomenda-se o livro "The Long Tail: Why the Future of Business Is Selling Less of More", do autor Chris Anderson, disponível aqui. Abaixo, segue uma ilustração retirada de um site de notícias, que comenta o próprio fenônemo, e discute alguns tópicos do próprio livro, enfatizando a quantidade ser mais importante que a popularidade:


A imagem acima compara a quantidade de filmes disponíveis em três lojas. A primeira delas, Amazon.com (loja virtual) e as outras, lojas convencionais. Percebe-se a discrepância da Amazon, que sai na frente com quase 20 mil títulos.

2 comentários:

henrique disse...

Hmm, é interessante notar como ferramentas de criação de conteúdo colaborativo também podem ajudar com a cauda longa.

Uma das razões pelas quais o modelo de cauda longa é viável é exatamente que hoje é fácil produzir e distribuir conteúdo diverso. Ferramentas como sistemas de edição de textos e de vídeo e som online fazem com que seja muito mais fácil criar produtos e serviços, que, por sua vez, podem ser oferecidos online em lojas que seguem o modelo long tail.

Renata disse...

Dineu, Netflix não é uma loja convencional. :D
É como a empresa NetMovies, que já tem "filial" em Belo Horizonte. Pela internet, você escolhe o filme que quer alugar, e vem um motoboy levar e buscar o DVD na sua casa.